Cultura pode ser entendida como tudo aquilo que permeia o indivíduo, desde objetos e símbolos, até normas, religiosidade e ideias que caracterizam o comportamento: a linguagem, a forma de contato, os rituais, as crenças, os modos, as músicas, a culinária, as vestimentas, os costumes, as festas, as ideologias, dentre outros aspectos que fazem parte do espaço, tempo e vida do ser social.

Se cultura é uma necessidade imprescindível e atributo constitutivo do ser humano, ela não pode ser anulada ou desconstruída por completo. Assim, não se pode consolidar o processo de aculturação, mas a sociedade está sujeita à contribuição de aspectos culturais secundários em detrimento de primários.

A cultura primária seria aquela adquirida desde o nascimento, com influências do grupo a que se insere o indivíduo, enquanto a secundária nasceria da fusão com o mundo externo à primeira, quando se cruzam diferentes costumes e hábitos. Dessa forma, os processos culturais se mostram vivos e orgânicos. Aspectos podem ser anulados em detrimento de outros, símbolos podem ser renovados, objetos podem ser esquecidos.

O tão conhecido processo de aculturação passa a ser, então, uma ação que altera a cultura do indivíduo, ainda que erradicando costumes, como facilmente acontece nos períodos de colonização, mas que não o transforma num ser acultural.