top of page
Ysani Aweti Kalapalo tem 25 anos e nasceu no Alto do Xingu, em Mato Grosso. Veio para São Carlos, interior de São Paulo, aos 12 anos por conta de uma doença que só o “homem branco” poderia curar. Em 2012, foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz por conta de sua luta contra a construção da Usina de Belo Monte.
Quando Ysani saiu da aldeia, encontrou uma série de obstáculos para se adaptar à “sociedade branca”.
Ysani aponta que os modos de vida na aldeia e na “sociedade branca” são muito diferentes entre si. Um dos pontos mais distantes, segundo ela, é o modo de criação dos jovens e suas responsabilidades dentro da sociedade xinguana.
 |  |  |
|---|
“Entre os kalapalos, [não] tinha ninguém que conhecia a cultura branca”
Ela desconhecia o português e tinha dificuldade em se comunicar com a professora e colegas de classe. Além disso, chegou a passar por problemas financeiros durante quatro anos.
“Na nossa aldeia, todo mundo é igual”
Ysani também explica como funciona o papel da mulher xinguana dentro da aldeia e o que de importante elas aprendem depois que passam pelo primeiro ciclo.
A Paga Hotugu é uma pedra usada dentro de um dos rituais xinguanos: a 'arranhadeira'. Nele, as mulheres passam por um processo de limpeza do sangue ruim.
“Nudez para nós é uma coisa muito sagrada”
Filha do Grande Espírito, a índia acredita ser possível levar sua fé por onde anda. A música e o artesanato são as maiores formas que seu povo encontra para eternizar a cultura. Ysani conta que, dentre os Kalapalo, as mulheres cantam e os homens tocam nos rituais importantes. Além disso, a pintura pelo corpo só pode ser utilizada em momentos especiais, porque representa proteção sagrada.
Ysani ganhou notoriedade no Brasil e no mundo pela sua militância indígena. Sua luta começou com apenas 15 anos de idade e já dura dez anos.
Em 2011, criou o Movimento Indígenas em Ação - MIA - com o objetivo de causar grande mobilização à questão indígena, principalmente contra a usina hidrelétrica de Belo Monte, onde conseguiu atingir sete países diferentes.
“Sou apenas uma ativista que resolveu abraçar a causa indígena”
Para Ysani, é extremamente importante ter indígenas convivendo na sociedade branca, pois é dessa forma que os povos acabam se unindo para que sejam ouvidos. A militante se enxerga no papel de guardiã da tribo.
“Não adianta protestar na aldeia, ninguém vai te ouvir”
Apesar das diferenças entre os Kalapalo e o “homem branco”, Ysani se acostumou com a nova vida e sonha ser a primeira indígena a estudar em Harvard. Hoje, a militante indígena aprendeu a viver onde o capital é valorizado e apesar de sentir saudades da tribo, gosta do jeito que vive.
“Meu maior sonho é ter o direito [dos indígenas] respeitados”
 |  |  |
|---|
Conhecida como maracá na cultura indígena, o chocalho produzido artesanalmente é o principal instrumento utilizado em rituais de diversas etnias, inclusive dos Kalapalo. É o som da maracá o responsável por fechar o corpo contra espíritos ruins e para o crescimento das plantas em tempo de colheita.
Ysani possui marcas nas pernas geradas pelo ritual da 'arranhadeira'
â
Ysani Kalapalo
bottom of page