Fátima Cheaitou
Gilberto Ventura
Ysani Kalapalo
Oswaldo Davis
Foi na manhã de um sábado ensolarado, Davis nos recebeu - com um belo sorriso - numa praça em frente a uma das igrejas católicas no bairro do Belém. Muita caminhada e conversa até chegarmos ao Museu do Imigrante onde começaria o trabalho.
O local da entrevista não poderia ter sido outro já que o museu conta a história dos milhares de imigrantes que construíram o Brasil da forma que conhecemos hoje: miscigenado e multicultural.
Nós entramos em contato com Ysani através de sua página no facebook. Ela escolheu a feira de artesanato no centro de Embu das Artes, como local da entrevista. Ao chegarmos lá, entendemos o motivo de sua escolha: A feira é um ponto muito importante de comércio de artesanato indígena.
Na caminhada pela tradicional feira da região, topamos - dentre muitas pessoas - com o velho amigo de Ysani: Vicente, índio branco do litoral paulistano com quem conversamos sobre a causa dos indígenas no Brasil. Ele nos contou sua história e qual o papel do artesanato na sua vida, já que, desde jovem vinha para a feira de Embu com o objetivo de vender o que era produzido na aldeia.
Além de tudo o que vivenciamos, Ysani nos deu a oportunidade de conversar com sua família. O pai dela nos permitiu conhecer um pouco da música tradicional do povo kalapalo do qual eles pertencem.
Duas integrantes do grupo já o conheciam. No ensino médio, elas participaram de um diálogo entre religiões no qual ele foi um dos participantes.
A entrevista realizada aconteceu no parque Mário Covas, na Avenida Paulista, já que era o lugar menos barulhento que encontramos em meio a uma cidade que nunca para.
Ele é muito atento e, em muitos pontos da entrevista, sua descontração era envolvente. Em certa altura, dividimos o conhecimento adquirido com as ouvintes da mesa ao lado que, em seu horário de almoço, escutavam atentas as viagens do rabino pelo Brasil.
Oswaldo, Priscila, Délis e Amanda em frente ao Museu do Imigrante
Em meio a conversa, podemos notar os pontos comuns entre Angola e Brasil, além de refletir sobre o preconceito com a cultura africana por parte dos brasileiros.
Priscila, Délis, Amanda e Fátima na Mesquita do Brás
Além disso, tivemos a oportunidade de aprender a falar: 'As salaam aleikum', ou simplesmente, 'salamaleico' que é a principal forma de cumprimento entre os muçulmanos.
Fátima cursa jornalismo na mesma universidade que nós. Foi através de uma colega de sala que conseguimos o contato dela. Em nossa primeira conversa, ela ficou bastante tímida e ao mesmo tempo, intimidada com a nobre missão de representar e falar da cultura islâmica.
Fátima escolheu a mesquita que frequenta desde que se mudou para São Paulo, há nove anos, para a realização da entrevista. O que achamos ótimo, pois foi a oportunidade de conhecermos o templo pela primeira vez.
Ao chegarmos na Mesquita do Brás, colocamos o lenço, ou shayla, como sinal de respeito aos costumes da religião. E para guardar de recordação o momento, decidimos gravar um vídeo.
Fátima com sua irmã caçula, Nour Cheaitou
Délis, Priscila, Vicente, Ysani e Amanda na feira de artesanato, em Embu
Podemos dizer que, de certa forma, deixamos a entrevista com a cabeça pesada. A quantidade de conteúdo sobre a cultura judaica e origem do Brasil nos foram prazerosos à medida que nos fizeram questionar sobre muitos aspectos novos sobre o país e a sociedade em que vivemos.
Gilberto Ventura ou simplesmente 'Moré' que significa professor em hebraico, nos fez sentir dentro de uma sala de aula. O rabino foi um entrevistado energético. Ele nos ensinou muito na quase uma hora de conversa. Não precisamos fazer várias das nossas perguntas porque sua fala era encadeada de forma a responder muitas das nossas questões e, provavelmente, dos assuntos que nem pensamos em debater.
Gilberto, Délis e Priscila no parque Mário Covas